Depois de seis meses de muita insistência, um jovem com paralisia cerebral conseguiu autorização do Ministério da Educação (MEC) para usar um computador adaptado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Apesar da sua restrição motora, a capacidade cognitiva de Guilherme Finotti não foi afetada. Aos 17 anos, ele vai concluir o ensino médio regular neste mês e já terminou em julho o ensino técnico em informática. No entanto, para se comunicar, o computador é imprescindível. “Até eu, que sou mãe, muitas vezes não entendo o que ele fala. Então, peço para ele escrever”, conta a dona de casa Eunice Marili Finotti, 43 anos.
Por causa da deficiência, ele não consegue abrir totalmente a mão. Para usar o computador, ele depende de teclado e mouse especiais. Sobre o teclado normal, uma peça reta de acrílico transparente com furos é presa. Com uma caneta ou lápis, ele alcança as teclas e consegue digitar. No lugar do mouse, há um equipamento com botões grandes alinhados em série, que ele aperta para se movimentar na tela do computador.
Destaque entre os seus colegas na escola, Guilherme também desenvolve trabalhos de iniciação científica como bolsista numa instituição de ensino superior de Novo Hamburgo (RS), onde mora com o pai e a mãe. O seu primeiro projeto, que consistia num software para ajudar na alfabetização de crianças com paralisia cerebral, recebeu o prêmio de destaque no 4º Salão UFRGS Jovem 2009. Guilherme ainda foi medalha de prata na VII Olimpíada Brasileira de Astronomia.
Com a nota do Enem, o objetivo dele é conseguir uma bolsa de estudos do Programa Universidade para todos (ProUni) para cursar sistemas de internet numa instituição particular.
“Sem o Enem, as chances de ele cursar a faculdade acabariam ali. A mensalidade do curso é de mais de R$ 1.000, quase a renda mensal do meu marido, que trabalha como manobrista. Não teríamos condições de pagar. Hoje, ele já estuda com bolsa na rede particular”, diz Eunice.
Segundo a mãe, a luta para conseguir a autorização do computador adaptado começou em maio, antes mesmo da abertura das inscrições para o Enem. “Entrei em contato com o município e o estado, mas me disseram que teria de ser direto com o Ministério da Educação. Fiz inúmeras ligações para o Inep, mas recebi um retorno de que não seria possível atender a minha solicitação."
A esperança dela foi renovada com o vazamento do exame, que aconteceria em outubro e precisou ser remarcado para dezembro. "Fui atrás da imprensa. Consegui o contato de um deputado que tentou me ajudar, mas até então não tinha tido uma resposta oficial do ministério.”
“A paralisia cerebral em nada afeta a inteligência desse garoto. Ele simplesmente depende de um computador para se expressar. O computador serve como teclado e papel para ele”, disse ao G1 o procurador da República Júlio Carlos Schwonke de Castro Júnior. Segundo ele, como o Inep se mantinha irredutível na autorização do computador, uma ação civil foi ajuizada na segunda-feira (9).
Confirmação oficial
Apesar de toda a mobilização, Eunice estava ainda na expectativa se o filho conseguiria fazer a prova daqui a cerca de três semanas. A confirmação oficial de que poderia usar o computador só veio na quinta-feira (12) por volta das 21h para, num telefonema de Brasília.
Cerca de uma hora antes o G1 havia conversado com ela e, em seguida, entrado em contato com a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que aplica a prova. “Num primeiro momento, quando atendi ao telefone [do Inep], fiquei extasiada. Pensei: ‘Será que é verdade?’. Foi tanta luta que demorei a acreditar”, diz Eunice, emocionada.
Segundo o Inep, a decisão de liberar o computador estava tomada há quase um mês, mas o instituto não soube explicar a demora para avisar a família do garoto. Guilherme fará a prova numa data posterior a dos outros candidatos, que realizarão o exame nos dias 5 e 6 de dezembro.
Ele deverá fazer o Enem nos mesmos dias em que os candidatos presidiários o farão, provavelmente nos dias 21 e 22 de dezembro. Da mesma maneira que o exame é levado até os presídios, o Inep estuda aplicar a prova para Guilherme na casa ou na escola dele, onde já existem computadores adaptados.
Assim como as outras pessoas portadoras de necessidades especiais, o estudante também terá uma hora a mais para fazer a prova. "Acho que o ideal seria ter duas horas extras, porque o ritmo de digitação dele é um pouco lento, mas já estou tão feliz que não posso reclamar", diz a mãe.
fonte : G1
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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Abaixo algumas sugestões de netiquetas que podem contribuir para o uso educado e seguro da Internet:
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- Evite utilizar letras maiúsculas para expressar sentimentos, conversar ou passar e-mails: letras maiúsculas no ambiente virtual significam falar alto ou gritar com o correspondente e isso pode ser mal interpretado;
- Evite gírias pesadas e palavrões;
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- Se quiser interromper a conversa, avise e se despeça antes de desligar;
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- Não passe adiante correntes, simpatias e boatos. Use seu senso crítico, não acredite em tudo que você recebe via e-mail, delete;
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- Quando criar um blog ou um site, preze pela acessibilidade de todos usuários da Internet. Existem recursos que, quando implementados, proporcionam a navegação para mais internautas, promovendo a inclusão digital.
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